segunda-feira, 22 de março de 2010

Um pouco de cinema

Não vou falar da festa do Oscar. Já há muito não acompanho. A única observação ficaria por conta de Kate Winslet, que apesar de ter emagrecido continua com uma beleza de uma força contagiante. Imagino Kate Winslet, com uma Emma Thompson no futuro. Cada vez mais bela, atraente e competente.

Terminando então de falar do que eu não ia falar, mudemos de assunto.
Revi recentemente alguns blockbusters dos quais gosto muito e notei um fenômeno interessante nesses primeiros anos do século XXI.
Após a virada do século, alguns cineastas propuseram-se a reconstruir alguns petardos do cinema mundial, dando-lhes ares modernos e de acordo com as novas tendências e tecnologias do cinema contemporâneo. Acho que houve sucesso e fracasso. Lembrei de dois sucessos e dois fracassos.

Fracassos

“Superman, O Retorno” (2006) foi um erro retumbante. Assim como nunca haverá outro Nirvana sem Curt Cobain, outra Legião sem Renato Russo, foi uma temeridade fazer um Superman sem Christopher Reeve.
Aquela transformação romântica entre um Clark Kent inseguro e atrapalhado e o Superman firme e de um sorriso franco, era extremamente crível e convincente com Reeve. Já Brandon Routh reporta a um Superkent. “Superman, O Retorno”, soa como primeiro filme após a série Smallville. Ou seja, um Superman recém consciente de seu poder e responsabilidade. Inseguro.

Em outro erro, “Rambo” (2008), o adicional de violência explícita não foi suficiente para sustentar a obra. Fez-se um filme fraco e arrastado. Na verdade, a série já vinha de um notado declínio.

Sucessos

Em contraposição tem-se “Rocky Balboa” (2006) e “Batman Begins” (2005).
Em “Balboa” o drama dá uma força ao roteiro que emociona. É impressionante dizer que Stallone pode emocionar!

Em “Batman Begins”, a total reconstrução do personagem tem um impacto positivo e fulminante no filme. Batman torna-se definitivamente um filme adulto e preenche uma lacuna que faltava para um fã adulto.


Todos os outros filmes de Batman até então ainda tinham um apelo pueril ainda extremamente bem-vindo, pois cresci vendo Batman. Mas quando adulto, às vezes é desconfortável ver que o herói parou no tempo, e vemos o filme acompanhado dos filhos. “Batman Begins” resolve essa situação como quem diz: tirem as crianças da sala.

O super-sucesso
Mas a reviravolta mesmo vem com a série 007. Os três primeiros filmes do século se superam. O primeiro do milênio (“Die Another Day” - 2002) inova mais pelos aspectos técnicos: é o primeiro da série a usar computação gráfica e uma montagem diferenciada com efeitos visuais nunca vistos na série (é o primeiro com um montador americano).

Sendo também o 20º filme da série, há uma série de pequenas homenagens do diretor à obra.
O o ator que interpretava Q, é homenageado no filme na antológica cena em que Bond recebe seus novos gadgets - nessa mesma cena, vários apetrechos de filmes antigos são exibidos e a saída de Halle Berry da água é uma franca recriação do aparecimento da primeira Bond Girl: Ursula Andress.
E o filme segue repleto dessas referências.


Mas com os dois filmes que se seguem (“Casino Royale”-2006 e “Quantum of Solace”-2008), Bond entra definitivamente no terceiro milênio. Achei que não escreveria isso, mas Daniel Craig apaga a saudade de Sean Connery.
“Quantum of Solace” é uma continuação de “Casino Royale”. Os dois filmes são germinados: um é seqüência imediata do outro. Eles se completam e definem James Bond.

É interessante observar o que “pega” e o que não “pega” em termos de cinema. Mas interessante mesmo é assistir a uma série de mais de 30 anos e mais de 20 filmes renovar-se em alto estilo com projeção de sucesso para muitos anos ainda.

Nesses dez anos de cinema no século XXI, muita coisa boa se produziu, inegavelmente. Para uma lista além dos blockbusters, para os clássicos dos clássicos, vale consultar o artigo de Inácio Araújo aqui.

Para ouvir o tema de James Bond devidamente atualizado por Mobi, clique aqui. Enjoy!!

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