quarta-feira, 31 de março de 2010

Vamos celebrar a estupidez humana

Esse BBB da Globo no ponto em que expõe o ser humano, também o redime. Mostra a mediocridade que lhe é inerente e que é cultivada frente à TV.

Ao contrário das relações comerciais, onde a primeira impressão é a que fica, nas relações pessoais, quanto mais se convive mais se conhece o outro. No relacionamento aflora tudo de bom e tudo de ruim, dependendo das muitas variáveis às quais o sujeito é submetido. Surgem aí os "mecanismos de defesa" que Freud conceituou.

Vejo quão frágil é a mente humana.
Quão fraco pode ser o indivíduo.
Para cada homem brilhante que aparece, surgem dezenas de ex-BBB's. A intolerância e a contradição como auto-defesa são comuns e usadas como armas.

Mas tudo bem.
Ainda tem muita coisa para ler e um resto de vinho no copo.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Um pouco de cinema

Não vou falar da festa do Oscar. Já há muito não acompanho. A única observação ficaria por conta de Kate Winslet, que apesar de ter emagrecido continua com uma beleza de uma força contagiante. Imagino Kate Winslet, com uma Emma Thompson no futuro. Cada vez mais bela, atraente e competente.

Terminando então de falar do que eu não ia falar, mudemos de assunto.
Revi recentemente alguns blockbusters dos quais gosto muito e notei um fenômeno interessante nesses primeiros anos do século XXI.
Após a virada do século, alguns cineastas propuseram-se a reconstruir alguns petardos do cinema mundial, dando-lhes ares modernos e de acordo com as novas tendências e tecnologias do cinema contemporâneo. Acho que houve sucesso e fracasso. Lembrei de dois sucessos e dois fracassos.

Fracassos

“Superman, O Retorno” (2006) foi um erro retumbante. Assim como nunca haverá outro Nirvana sem Curt Cobain, outra Legião sem Renato Russo, foi uma temeridade fazer um Superman sem Christopher Reeve.
Aquela transformação romântica entre um Clark Kent inseguro e atrapalhado e o Superman firme e de um sorriso franco, era extremamente crível e convincente com Reeve. Já Brandon Routh reporta a um Superkent. “Superman, O Retorno”, soa como primeiro filme após a série Smallville. Ou seja, um Superman recém consciente de seu poder e responsabilidade. Inseguro.

Em outro erro, “Rambo” (2008), o adicional de violência explícita não foi suficiente para sustentar a obra. Fez-se um filme fraco e arrastado. Na verdade, a série já vinha de um notado declínio.

Sucessos

Em contraposição tem-se “Rocky Balboa” (2006) e “Batman Begins” (2005).
Em “Balboa” o drama dá uma força ao roteiro que emociona. É impressionante dizer que Stallone pode emocionar!

Em “Batman Begins”, a total reconstrução do personagem tem um impacto positivo e fulminante no filme. Batman torna-se definitivamente um filme adulto e preenche uma lacuna que faltava para um fã adulto.


Todos os outros filmes de Batman até então ainda tinham um apelo pueril ainda extremamente bem-vindo, pois cresci vendo Batman. Mas quando adulto, às vezes é desconfortável ver que o herói parou no tempo, e vemos o filme acompanhado dos filhos. “Batman Begins” resolve essa situação como quem diz: tirem as crianças da sala.

O super-sucesso
Mas a reviravolta mesmo vem com a série 007. Os três primeiros filmes do século se superam. O primeiro do milênio (“Die Another Day” - 2002) inova mais pelos aspectos técnicos: é o primeiro da série a usar computação gráfica e uma montagem diferenciada com efeitos visuais nunca vistos na série (é o primeiro com um montador americano).

Sendo também o 20º filme da série, há uma série de pequenas homenagens do diretor à obra.
O o ator que interpretava Q, é homenageado no filme na antológica cena em que Bond recebe seus novos gadgets - nessa mesma cena, vários apetrechos de filmes antigos são exibidos e a saída de Halle Berry da água é uma franca recriação do aparecimento da primeira Bond Girl: Ursula Andress.
E o filme segue repleto dessas referências.


Mas com os dois filmes que se seguem (“Casino Royale”-2006 e “Quantum of Solace”-2008), Bond entra definitivamente no terceiro milênio. Achei que não escreveria isso, mas Daniel Craig apaga a saudade de Sean Connery.
“Quantum of Solace” é uma continuação de “Casino Royale”. Os dois filmes são germinados: um é seqüência imediata do outro. Eles se completam e definem James Bond.

É interessante observar o que “pega” e o que não “pega” em termos de cinema. Mas interessante mesmo é assistir a uma série de mais de 30 anos e mais de 20 filmes renovar-se em alto estilo com projeção de sucesso para muitos anos ainda.

Nesses dez anos de cinema no século XXI, muita coisa boa se produziu, inegavelmente. Para uma lista além dos blockbusters, para os clássicos dos clássicos, vale consultar o artigo de Inácio Araújo aqui.

Para ouvir o tema de James Bond devidamente atualizado por Mobi, clique aqui. Enjoy!!

quarta-feira, 17 de março de 2010

Spam matemático

Recebemos todos nós uma incontável quantidade de spams e e-mail´s indesejados. Textos sensacionalistas sem citação de fontes, slides apelativos, e toda sorte de porcaria que vai para o lugar de onde não deveria ter saído: o lixo.
Alguns amigos que sabem da minha atração pela matemática enviam-me alguns e-mail's com spans sobre matemática. Esses são até mais bem-vindos.
Hoje recebi três e-mails idênticos com uma planilha Excel, anexada e protegida por uma senha.
No e-mail tem um pequeno problema de lógica aritmética, cuja solução seria a senha da planilha.
Uma das versões que recebi desse spam diz o seguinte:

"
Aqui vai um pequeno teste, simples, fácil e sem graça, mas é preciso atenção - só atenção.
Se você demorar mais do que 30 segundos para resolvê-lo, não se sinta burro não,
só procure um médico para reposição neural! Hehehehe...Abraços;
Quando:
2 + 3 = 10
7 + 2 = 63
6 + 5 = 66
8 + 4 = 96
Então:
9 + 7 = ?????? O resultado é a SENHA para abrir o documento em anexo.
"

Cada equação tem um resultado aritmeticamente incorreto. Mas deve haver uma padrão lógico para esse erro. Achando-se esse padrão, achamos qual o número "resolve" a equação 9 + 7.
Para resolver isso basta refazer as equações acima.
Vejamos:
2 + 3 = 5, mas o o resultado apontado pelo problema é 10, que é igual a 2 x 5
Na segunda equação temos:
7 + 2 = 9, mas o resultado apontado pelo problema é 63, que é igual a 7 x 9
Analogamente:
6 + 5 = 11, mas o resultado apontado pelo problema é 63, que é igual a 6 x 9
8 + 4 = 12, mas o resultado apontado pelo problema é 96, que é igual a 8 x 12
E finalmente,
9 + 7 = 16, mas o resultado apontado pelo problema seria igual a 9 x 16, pelo padrão encontrado. Ou seja, multiplicar o resultado real (16) pelo primeiro termo da multiplicação, nos dará a senha.
Temos então 9 x 16 = 144.
Experimente digitar 144 na senha da planilha que está aqui.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Lula e a greve de fome

Reproduzo abaixo um belo texto do Sakamoto sobre direitos humanos e a incoerência lulista.

"
“Temos de respeitar a determinação da Justiça e do governo cubanos de deter as pessoas em função da legislação de Cuba. A greve de fome não pode ser usada como pretexto de direitos humanos para liberar as pessoas. Imagine se todos os bandidos presos em São Paulo entrarem em greve de fome e pedirem liberdade.”

As frases foram ditas pelo presidente Lula ontem à Associated Press. Em determinadas situações, quando nada mais nos resta, temos apenas nosso corpo ou nossa vida como matéria-prima de protesto. Sem entrar no mérito da razão que leva alguém a uma greve de fome por motivos políticos, ela é sim legítima. O próprio Lula, que agora critica o ato adotado por dissidentes cubanos, já usou do expediente. Para depois criticá-lo quando Luiz Flávio Cappio, bispo de Barra (BA), entrou em jejum como protesto contra as obras de transposição do rio São Francisco. Por que todo presidente faz de tudo para esquecermos o que escreveu ou fez no passado?

Para além do argumento raso de comparar presos comuns a presos políticos (ao passo que parte do seu próprio ministério sabe na pele a diferença), o presidente parece ignorar o papel da comunidade global de forçar os países a agirem dentro de um patamar mínimo de respeito à vida. Refuto veementemente o discurso de que a defesa dos direitos humanos deve ser relativizada de acordo com as condições políticas, econômicas e culturais em cada lugar. O acesso à dignidade não é um restaurante self-service, onde você se serve apenas daquilo que mais gosta. Deve ser absoluto – por mais difícil que isso seja.

E Lula sabe que a expansão irresponsável do capitalismo sobre a periferia do mundo, tendo se apropriado muito bem desse discurso, vem cometendo os piores crimes imagináveis nos últimos séculos. Tudo é relativo, menos o lucro. Diante disso, deveria dar o exemplo contrário se quer ganhar o respeito dos povos dessa mesma periferia.

Por fim, seria ótimo se os presos comuns fizessem greve de fome no Brasil. Porque as cadeias não são locais de ressocialização, mas panelões de gente que apenas multiplicam a criminalidade, mantidas por uma política de segurança pública que nasceu falida. O caso dos presídios brasileiro é vergonhoso e não apenas o do Espírito Santo, cuja superlotação levou o Estado a ser denunciado ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas. Deveríamos ser denunciados dia sim, dia não, para ver se diante da humilhação internacional – exatamente esse tipo de interferência que o presidente diz ser contra – façamos alguma coisa.
"

Texto extraído do blog do Sakamoto.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Ação não governamental

Ainda continuo achando que a pior democracia ainda é melhor que a melhor ditadura. Dois fatos recentes reforçam meu pensamento.
Em Cuba, um segundo homem espera morrer de fome. Veja aqui.
Na Venezuela, o diretor de um jornal foi morto a tiros no seu carro. Coincidente, havia escrito um artigo contra o governo no dia anterior. Veja aqui.

Isso me faz pensar em duas questões.
Uma é o valor absoluto que a liberdade de expressão toma.
A outra é que, infelizmente, em um regime democrátivo temos a lentidão da melhora social, que só pode ser acelerada pelo voto correto. Voto este que só pode ser construído pela melhoria na educação, cujo reflexo somente se vê no longo prazo.

No entanto, não justifica esperar para que algo mude espontaneamente ao longo do tempo através do voto. Reside aí minha admiração por aqueles que agem voluntariamente.
Alimento essa admiração para que tão logo possa se transformar em ação organizada e efetiva.

terça-feira, 2 de março de 2010

Salariômetro

O MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) mantém dois bancos de dados chamados RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) e CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).
Esses bancos são alimentados a partir da movimentação trabalhista no país.

O governo do estado de São Paulo criou uma interessante ferramenta que consulta esse banco. Chama-se Salariômetro e foi lançada na semana passada.

É possível consultar a média de valores de salários de carteira assinada no país inteiro. Pode-se filtrar por idade, cor, escolaridade, gênero e setor de atividade.

Vale uma consulta.

Salariômetro