segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Alienígena....

De acordo com Marx, capital e trabalho apresentam um movimento constituído de três momentos fundamentais:

Primeiro, “a unidade imediata e mediata de ambos”; significa que num primeiro momento estão unidos, separam-se depois e tornam-se estranhos um ao outro, mas sustentando-se reciprocamente e promovendo-se um ao outro como condições positivas;

Em segundo lugar, “a oposição de ambos”, já que se excluem reciprocamente e o operário conhece o capitalista como a negação da sua existência e vice-versa;

Em terceiro e último lugar, “a oposição de cada um contra si mesmo”, já que o capital é simultaneamente ele próprio e o seu oposto contraditório, sendo trabalho (acumulado); e o trabalho, por sua vez, é ele próprio e o seu oposto contraditório, sendo mercadoria, isto é, capital.

Já a alienação ou estranhamento é descrita por Marx sob quatro aspectos:



1. O trabalhador é estranho ao produto de sua atividade, que pertence a outro. Isto tem como consequência que o produto se consolida, perante o trabalhador, como um “poder independente”, e que, “quanto mais o operário se esgota no trabalho, tanto mais poderoso se torna o mundo estranho, objetivo, que ele cria perante si, mais ele se torna pobre e menos o mundo interior lhe pertence”;

2. A alienação do trabalhador relativamente ao produto da sua atividade surge, ao mesmo tempo, vista do lado da atividade do trabalhador, como alienação da atividade produtiva. Esta deixa de ser uma manifestação essencial do homem, para ser um “trabalho forçado”, não voluntário, mas determinado pela necessidade externa. Por isso, o trabalho deixa de ser a “satisfação de uma necessidade, mas apenas um meio para satisfazer necessidades externas a ele”. O trabalho não é uma feliz confirmação de si e desenvolvimento de uma livre energia física e espiritual, mas antes sacrifício de si e mortificação. A consequência é uma profunda degeneração dos modos do comportamento humano;

3. Com a alienação da atividade produtiva, o trabalhador aliena-se também do gênero humano. A perversão que separa as funções animais do resto da atividade humana e faz delas a finalidade da vida, implica a perda completa da humanidade. A livre atividade consciente é o caráter específico do homem; a vida produtiva é vida “genérica”. Mas a própria vida surge no trabalho alienado apenas como meio de vida. Além disso, a vantagem do homem sobre o animal – isto é, o fato de o homem poder fazer de toda natureza extra-humana o seu “corpo inorgânico” – transforma-se, devido a esta alienação, numa desvantagem, uma vez que escapa cada vez mais ao homem, ao operário, o seu “corpo inorgânico”, quer como alimento do trabalho, quer como alimento imediato, físico;

4. A consequência imediata desta alienação do trabalhador da vida genérica, da humanidade, é a alienação do homem pelo homem. “Em geral, a proposição de que o homem se tornou estranho ao seu ser, enquanto pertencente a um gênero, significa que um homem permaneceu estranho a outro homem e que, igualmente, cada um deles se tornou estranho ao ser do homem”. Esta alienação recíproca dos homens tem a manifestação mais tangível na relação operário-capitalista.

É dessa forma, portanto, que se relacionam capital, trabalho e alienação, promovendo a coisificação ou reificação do mundo, isto é, tornando-o objetivo, sendo que suas regras devem ser seguidas passivamente pelos seus componentes. A tomada de consciência de classe e a revolução são as únicas formas para a transformação social.

Por João Francisco P. Cabral
Colaborador Brasil Escola
Graduado em Filosofia pela Universidade Federal de Uberlândia - UFU
Mestrando em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

quinta-feira, 6 de março de 2014

Oss!

Que bacana quando algumas coisas se encaixam na vida!
Sempre tive uma apreciação pelo pensamento oriental e nos últimos anos tenho me dedicado ao estudo da Seicho-No-Ie, que é japonesa. Gosto muito do budismo também.

Também no último ano não estava praticando esporte, e tendo sido recomendado a não praticar esporte de alto impacto, fui privado de minhas corridas.

Fui então para o karatê! Agora encaixou 100%.
Há muito de taoísmo e budismo na essência do karatê. Além de estarem ali a disciplina e o auto-controle, que são valores cultivados pelos japoneses.

Sem sacanagem, vestir o kimono de karatê, amarrar a faixa, são rituais que já convidam à meditação. Tem que tomar cuidado para não virar Tai-Chi!
Mas em seguida a porrada come solta, o negócio fica quase aeróbico, e aí fica bacana!

Tem um lance que é o Dojo Kun, que são regras a serem seguidas pelos praticantes do karatê. Ao final de todo treino recitamos esses versos. São atribuídos a um antigo monge budista e incorporado por Funakoshi, o pai do karatê.

Dojo kun
Primeiro, Esforçar-se para a formação do caráter!
Significa que quem o recita deseja formar uma personalidade de valor
Primeiro, Fidelidade para com o verdadeiro caminho da razão!
Significa que quem recita tem é em si mesmo e valoriza a honestidade
Primeiro, Criar o intuito do esforço
Significa que quem o recita tem a intenção de se esforçar cada vez mais pelos seus objetivos
Primeiro, Respeito acima de tudo
Significa que quem o recita valoriza os bons costumes e obedece seus superiores e as autoridades
Primeiro, Conter o espírito de agressão
Significa que quem o recita condena a violência motivada pelo ímpeto

O difícil é praticar essa porra!!!!
Rsrsr

Em tempo, todos são "primeiro", pois entende-se que todos são igualmente importantes.

Oss!